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Para Joaquim Furtado, líder da bancada do PAICV na Assembleia Municipal de Santa Catarina, nesses dois anos do governo do MpD na autarquia os “santacatarinenses foram divididos em fiéis do MpD, com direito a tudo, e infiéis, privados de tudo”.
Furtado vai mais longe e acusa os responsáveis de terem transformado a CM “numa empresa dos familiares do presidente e dos seus amigos”. E explica: “Regista-se um número elevado do pessoal auxiliar à revelia da lei, não obstante a reclamação inicial do presidente de que a CM tinha excesso de pessoal”, acusa Furtado.
Mais, de acordo com o líder da oposição na CM, as grandes obras continuam por inaugurar, apesar de a Câmara gastar “avultadas” quantias para a conclusão das mesmas".
“As grandes obras da CM anterior, que deveriam ser inauguradas no início de 2009, encontram-se em compasso de espera. O estádio Municipal tem ferros e cofragens em estado avançado de degradação, não obstante os sete mil contos que a CM recebeu do governo, em 2009, para a conclusão da obra. O mercado Municipal está à espera do seu dia; o polidesportivo de Nhagar segue a um ritmo lento de trabalho. Tudo isso, não obstante os 168 mil contos que a CM emprestou no banco para a conclusão dessas duas infraestruturas”, continua Furtado, para quem não há dúvidas que “há sinais claros de corrupção na actual CM” de Santa Catarina, pois as “poucas realizações” levadas a cabo pela autarquia “aparecem com custos exorbitantes e inflacionados”.
“O parque infantil de Achada Riba que a actual CM apenas colocou o relvado da sobra do Estádio Municipal, apareceu com 2 mil contos de gastos e não se sabe em quê. Aparecem no relatório de actividades várias intervenções nas praças com gastos de dezenas e centenas de contos sem se ver na realidade o que foi feito. O edifício de Achada Riba, a única obra inaugurada por esta CM, foi encontrado em fase avançada de acabamento e a actual CM gastou rios de dinheiro para dar acabamento exterior e inaugurar, deixando o interior para os compradores darem acabamento”, sentencia Joaquim Furtado.
Por tudo isso, Furtado conclui que a actual CM está em “falência técnica e financeira”, pois os eleitos não foram capazes de mobilizar qualquer recurso externo, têm fraca capacidade de arrecadação das receitas, “exigindo apenas que o governo lhes envie mais e mais recursos, não obstante o aumento substancial do FFM pelo Governo”.